E por que haverias de querer a minha alma
Na tua cama?
Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas
Obscenas, porque era assim que gostávamos.
Mas não menti gozo prazer lascívia
Nem omiti que a alma está além, buscando
Aquele Outro. E te repito: por que haverias
De querer minha alma na tua cama?
Jubila-te da memória de coitos e de acertos.
Ou tenta-me de novo. Obriga-me.
Do desejo - 1992
3 comentários:
Quantas de nós se revê nessas palavras. São de uma crueldade de bisturi, como sempre é a verdade.
Oi Camila,
Estava no blog da Nina e encontrei um comentário seu com o endereço do blog. O nome Lispector me atraiu, sou vidrada na Clarice... E encontrei esta beleza de blog!
Adoro Hilda Hilst também.
Já virei seguidora.
Abraço
Obrigada meninas, pelo carinho e atenção de vocês.
Bjo grande
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