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então é isso
quando achamos que vivemos estranhas experiências
a vida como um filme passando
ou faíscas saltando de um núcleo
não propriamente a experiência amorosa
porém aquilo que a precede
e que é ar
concretude carregada de tudo:
a cidade refletindo para sua hora noturna e todos indo para casa
ou então
marcando encontros improváveis e absurdos, burburinho da multidão
circulando
pelo centro e pelos bairros enquanto as lojas fecham mas ainda
estão iluminadas,
os loucos discursando pelas esquinas, a umidade da chuva que ainda
não passou,
até mesmo a lembrança da noite anterior no quarto revolvendo-nos
em carícias e
expondo as sucessivas camadas do que tem a ver - onde a
proximidade dos
corpos confunde tudo, palavra e beijo, gesto e carícia
TUDO GRAVADO NO AR
e não o fazemos por vontade própria
mas por atavismo
Cláudio Willer
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