Mais do que é permitido,
mais do que é preciso,
como um delírio de poeta sobre
carregando o sonho:
a pelota do coração tornou-se enorme,
enorme o amor,
enorme o ódio.
Sob o fardo,
as pernas vão vacilantes.
Tu o sabes,
sou bem fornido,
entretanto me arrasto,
apêndice do coração,
vergando as espáduas gigantes.
Encho-me dum leite de versos e,
sem poder transbordas,
encho-me mais e mais.
MAIAKÓVSKI
segunda-feira, 30 de março de 2009
domingo, 22 de março de 2009
BILHETE
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...
Mário Quintana
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...
Mário Quintana
quarta-feira, 18 de março de 2009
NA VOZ DAS JANELAS

Eu posso te tocar o lábio, te soprar o olho, te rimar a face
Eu posso te sonar a espera, te afinar a busca, te entornar a ordem
Eu posso escandir teu som, libertar teu verso, rasurar tua língua
Eu posso entupir de letra toda a partitura de teu gozo cru
Eu só não posso esperar as portas ritmarem ilesas os verbos da tua mão
enquanto
o vento morre gasto nas outras janelas.
Dheyne de Souza
domingo, 15 de março de 2009
O BRILHO INTENSO
É impossível no mundo
estarmos juntos
ainda que do meu lado adormecesses.
O véu que protege a vida
nos separa.
O véu que protege a vida
nos protege.
Aproveita, pois,
que é tudo branco agora,
à boca do precipício,
neste vórtice
e fala
nesta clareira aberta pela insônia
quero ouvir tua alma,
a que mora na garganta
como em túmulos
esperando a hora da ressurreição,
fala meu nome
antes que eu retorne
ao dia pleno,
à semi-escuridão.
Adélia Prado
estarmos juntos
ainda que do meu lado adormecesses.
O véu que protege a vida
nos separa.
O véu que protege a vida
nos protege.
Aproveita, pois,
que é tudo branco agora,
à boca do precipício,
neste vórtice
e fala
nesta clareira aberta pela insônia
quero ouvir tua alma,
a que mora na garganta
como em túmulos
esperando a hora da ressurreição,
fala meu nome
antes que eu retorne
ao dia pleno,
à semi-escuridão.
Adélia Prado
quarta-feira, 11 de março de 2009
POR QUÊ?
Por que nascemos para amar, se vamos morrer?
Por que morrer, se amamos?
Por que falta sentido
ao sentido de viver, amar, morrer?
Carlos Drummond de Andrade
Por que morrer, se amamos?
Por que falta sentido
ao sentido de viver, amar, morrer?
Carlos Drummond de Andrade
domingo, 8 de março de 2009
"Nós fazemos parte da vida de muita gente, mesmo sem querer. Ao dizer bom dia, carregue-o de um desejo de um dia melhor, ao abraçar alguém, use a alma e demosntre sua alegria, ao sorrir abra o seu coração e vire criança, ao amar se entregue de verdade. A vida é marcada por impressões, por marcas indeléveis na alma. Que sua marca sempre seja fruto do amor, assim será inesquecível."
Paulo Freire
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