"Através de seus graves defeitos - que um dia ela talvez pudesse mencionar sem se vangloriar - é que chegara agora a poder amar. Até aquela glorificação: ela amava o Nada. A consciência de sua permanente queda humana levava ao amor do Nada. E aquelas quedas - como as de Cristo que várias vezes caiu ao peso da cruz - e aquelas quedas é que começavam a fazer a sua vida. Talvez fossem os seus 'apesar de' que, Ulisses dissera, cheios de angústia e desentendimento de si própria, a estivessem levando a construir pouco a pouco uma vida. Com pedras de material ruim ela levantava talvez o horror, e aceitava o mistério de com horror amar ao Deus desconhecido. Não sabia o que fazer de si própria, já nascida, senão isto: Tu, ó Deus, que eu amo como quem cai no nada."
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Um comentário:
Oi Camila,
Que trecho lindo você escolheu.
Adoro a Clarice, acho que já li quase tudo o que ela escreveu.
Bjs e ótimo fim de semana
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