Eu queria muito ler o
livro Ana Karênina antes de o filme estrear em sua nova versão nos cinemas esse
ano. Não vi nem o filme antigo, nem o filme novo, por enquanto. Mas até que
enfim terminei de ler o livro! (Não me lembro de ter demorado tanto para ler um
livro assim)
Lev Tostói é um dos grandes escritores da literatura russa
do século XIX, juntamente com Doistoiévski, Tchecov, Turgueniev e Gorki. Nasceu
no ano de 1828 e foi educado por preceptores, com a morte prematura dos pais. O
interessante para mim na vida de Tostói foi saber que ele escreveu sobre a
precariedade da educação no meio rural, criando uma escola para filhos de camponeses
na qual escrevia o seu material didático e deixava os alunos bem livres, sem
muitas regras e punições.
Era um grande pensador, as coisas do mundo o inquietavam, e
cansou-se de procurar as respostas pelas quais tanto ansiava na filosofia e na
ciência, deixando-se guiar então pela vida simples dos camponeses, que para ele
era a mais adequada.
Vamos ao livro. O contexto histórico do romance é um retrato
fidedigno das grandezas e misérias da Rússia do século XIX, com várias alusões
a títulos nobiliárquicos e eventos que reúnem a nobreza da época, e uma
descrição rigorosa de ambientes e rituais sociais em voga, praticados por uma
pequena elite, em uma postura antitética com relação a “outra Rússia”, em
paulatino empobrecimento.
A trama do livro está centrada na história de amor e
adultério que protagoniza Ana Karênina, uma mulher da alta sociedade russa, casada
com um importante político de São Petersburgo. Ana trai o seu esposo com o
jovem militar Vronski e resolve enfrentar o seu marido e toda a sociedade para
ficar com o seu amor, deixando seu filho aos cuidados do ex-marido.
Mas este era um fardo grande demais que Ana não poderia
suportar. A crítica aguda da aristocracia russa começa a chegar a seus ouvidos,
Ana é afastada e não mais bem quista na sociedade, culminando com um final
trágico. A crítica literária sempre considerou que o valor artístico de Ana
Karênina prevalece sobre a intenção moralizadora do autor.
O livro é inegavelmente bom, mas ao mesmo tempo entediante,
já que há outros núcleos de ação no romance, como o de Liêvin, que deixam a
narrativa carregada com as descrições do campo e da atividade camponesa em si,
bem como nas matérias filosóficas que Liêvin se vê apreendido. Se o autor
tratasse apenas da vida de Ana, sem desviar o foco da narrativa, o livro seria
bem mais leve e fluido.
4 comentários:
Oi Camila,
Eu li esse livro há muito tempo...
Sabe, acho que o romance de Ana Karenina, que morre logo no primeiro volume, é um contraponto para a história de amor de Lievin. Para mim, ele e sua amada são os principais personagens do livro.
Suas profundas reflexões filosóficas e existenciais que me tocaram bastante.
Ótima semana
Bjs
P.S. Gosto de Tolstoi, mas ele é um pouco descritivo demais. Adoro Dostoieviski. Você já leu Irmãos Karamázov ou Crime e Castigo?
Oiee , muto legal seu blog. Gostei.
Já estou seguindo...
Tbm tenho um, passa lá
www.minhasinspiracoes.blogspot.com
abraços
Oi Cristiane. Primeiramente, obrigada pela visita. Não tinha pensado em Kitty e Liêvin sendo os personagens principais do romance, mas achei interessante a sua abordagem. Já li Crime e Castigo, e a-d-o-r-o!!!
Obrigada e bom carnaval!!
Bjos
Socorro, obrigada pela visita. Vou conferir o seu blog também.
Ótimo feriado para você.
Bjos
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